A história da Igreja

Conforme a palavra do Senhor falada ao profeta Jeremias: “Antes que eu te formasse no ventre materno eu te conheci, e antes que saísses da madre te consagrei e te constituí profeta as nações”. (1.5).

Assim aconteceu na vida de um homem que foi chamado para ser um pastor do evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo, que nasceu em um humilde bairro de Olinda, cidade distinta de Pernambuco, reconhecida como patrimônio da humanidade, especificamente no bairro de Salgadinho, aos vinte de junho de mil novecentos e sessenta e quatro, Antônio José do Monte de Filho, casado, pai de duas filhas, bancário, educado dentro dos princípios da Igreja Católica Apostólica Romana, quase chegou a ser padre, pois almejava um dia chegar a este ofício, sendo que os desígnios do Senhor eram outros para a sua vida.

No ano de 1997, sendo assíduo freqüentador dos trabalhos religiosos da então Igreja ao qual fazia parte desde a infância, não via limites em ler e cada vez mais se aprofundar no conhecimento, consultando sempre vários livros religiosos, buscando cada vez mais crescer em conhecimento bíblico. Foi nesse ano que inesperadamente algo o inquietou para assistir um programa de rádio, numa emissora evangélica, não sabia ele que os planos do soberano Deus estavam se cumprindo em sua vida, pois diz a sã doutrina que a fé vem pelo ouvir e o ouvir a palavra de Deus (Rm. 10.17), foi a partir de então que teve início naquela vida o mover do Espírito Santo, abrindo os olhos do entendimento espiritual as escrituras sagradas, por meio da palavra pregada mais uma ovelha estava recebendo vida.

Após aquele programa a sua vida não foi mais a mesma, o saber foi sendo aprofundado só que agora com a iluminação trazida pelo Senhor (2Co 4.6), e aquilo que parecia impossível aos olhos humanos, digo sua saída do catolicismo estava consumada, passando então a congregar numa Igreja evangélica, crendo única e definitivamente no Senhor Jesus Cristo.

O tempo foi passando, o crescimento das verdades eternas foi sendo cada vez mais confirmado, um trabalho genuinamente evangelístico foi confirmado no bairro que nascera, e o local no qual acontecia esse trabalho era a sala de aula da Escola Clídio Nigro. A obra tomou rumo certo, porque a coisa era estabelecida por Deus e Deus se apressava em fazê-la, logo muitos afluíram para aquele espaço e assim o Senhor começava a mostrar que havia preparado algo para aquele homem.

Em seguida, após a participação num seminário, sua chamada ao episcopado estava se consolidando, vindo a ser designado para pastorear uma congregação local no bairro de Prazeres, Jaboatão dos Guararapes – PE. A congregação que tinha aproximadamente vinte membros, passou em alguns meses para sessenta membros, a pregação das verdades bíblicas fazia com que todos fossem edificados e consolados, e assim o Senhor ia acrescentando dia a dia os que iam sendo salvos (At. 2.47). Não havia fórmulas mágicas de pregação, testemunhos de artistas para atrair o público ou mesmo distribuição de objetos, óleos, rosas, água, etc, como muitos ministérios deixando a palavra de lado fazem hoje em muitos lugares, nada bíblico, Jesus ou os apóstolos jamais se ocuparam com isso, como fora dito pelo apóstolo Pedro: “Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. E muitos seguiram as suas práticas libertinas, e, por causa deles, será infamado o caminho de verdade; também, movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias; para eles o juízo lavrado a longo não tarda, e a sua destruição não dorme”. (2 Pe 2.1-3); os tais oferecem algo que chame a atenção ou atraia as pessoas, o que deve ocorrer é o mesmo que ocorria no passado o povo ouvia a pregração da palavra e o Senhor abria o coração para crer nas verdades ouvidas, como se deu com Lídia mesmo sendo religiosa (At. 16.14), é o Senhor que efetua em vós tanto o querer com o realizar segundo a sua boa vontade (Fp 2.13), não existe nem jamais deve existir mecanismos para atrair multidões, pois só tendem a concentrar nas Igrejas o joio, pois o que visam é quantidade, mas o Senhor não vê como vê o homem, o homem vê o exterior, o Senhor porém o coração (1 Sm 16.7), foi com a visão espiritual, segundo Deus, que a obra cresceu e dessa forma só tende a crescer por que se está visando agradar e obedecer a Deus e não aos homens (At. 4.19).

No final do ano de dois mil, o pastor Antônio teve que tomar uma séria decisão, que era a de se dirigir a liderança do ministério por não concordar com o comércio que estava se estabelecendo no meio da Igreja, comércio este que foi anteriormente comentado, a obra de Deus estava tomando outro rumo que não era o desígnio de Deus, pois declarou o que está escrito: “E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; vós, porém, a transformais em covil de salteadores”. (Mt. 21.13). A palavra de Deus estava sendo deixada de lado, movidos por avareza estava-se fazendo comércio com o povo do Senhor, num sistema de coação e apelo financeiro onde todos eram cada vez mais explorados, não se podia concordar com o trato que estavam dando as ovelhas do Senhor, estava se cumprindo o dito pelo profeta Zacarias (Zc 11.16-17). A palavra declara que devemos nos separar das coisas impuras (2Co 6.17), assim teve que se separar do tal ministério, e aguardar a direção do Espírito Santo.

Após essa separação, assim como ocorreu com Lutero ao protestar contra aquele sistema de indulgências que permeava o século XVI. Lutero se separou do sistema assim como o fez Antônio José, renegando o título e a posição que ocupava, por amor a verdade do evangelho considerou tudo como refugo.

Daí teve início outra fase em sua vida como cristão, ele havia se separado do ministério e não ocasionado uma divisão para que pudesse arrastar alguns com ele, pois se isso fizesse sabia que não tinha o respaldo de Deus. Após três meses de oração e espera no Senhor, a fim de saber qual era a vontade do soberano Senhor em sua vida, o que de fato deveria fazer, pois a realidade era que ele se encontrava só, em sua residência, sem ao menos um telefonema de alguém, aguardava em Deus.

Após este período o Senhor colocou em seu coração a orientação e direção para que reiniciasse o trabalho evangelístico que anteriormente se desenvolvia no bairro em que morava, pois o seminário e posteriormente a congregação em Prazeres fez com que o trabalho parasse, não podia atender a ambos os trabalhos. As portas se abriram, e na mesma escola que antes se reunia, assim reiniciou a obra. As confirmações que era a vontade de Deus não paravam, pois não havia membros, senão sua esposa e duas filhas, não havia ninguém para tocar ou cantar, até o momento em que um irmão procurou-o e disse que iria ajudar a obra, se apresentaram algumas irmãs que cantavam e se propuseram a contribuir com o dom que o Senhor havia lhes dado, uma jovem que toca teclado foi convidada a retornar ao mesmo colégio e apesar de pertencer e tocar em outro ministério também se propôs a somar para a obra. Logo alguns tomaram conhecimento do início do trabalho e afluíram para lá, e assim a obra tomou rumo certo.

Ainda outra decisão estava por vir, por ser funcionário de uma instituição bancária, com cerca de vinte anos de serviço, por ter visto de todas as formas a confirmação de sua chamada para o ministério pastoral, teve que abandonar a vida secular e seguir unicamente pregando a palavra de Deus, se afastando e se desligando totalmente em janeiro de dois mil e um.

Iniciava-se através de um trabalho evangelístico, a Igreja Evangélica Ministério da Reconciliação, aos vinte e cinco de março de dois mil e um, na cidade de Olinda, em Pernambuco, reconhecida no bairro de Salgadinho, contado com a simpatia de todos, inclusive de outras Igrejas evangélicas antigas e tradicionais.

A igreja que teve sua origem numa escola, como o foi a Igreja em Éfeso, na Escola de Tirano (At. 19.9), especificamente numa sala de aula, onde em alguns meses não pôde comportar os que estavam sendo acrescentados pelo Senhor, tendo que passar da sala de aula para o pátio interno da Escola. E após um ano e sete meses naquela Escola foi aberta por Deus uma outra porta, que se encontra aberta até ao dia de hoje, na Rua Benjamim Constant, nº 139, Sítio Novo, Olinda – Pernambuco, com cerca de cem membros, onde todos juntos glorificam e exaltam o soberano e único Deus e Senhor dos senhores, Jesus Cristo, num templo consagrado a Ele.